Brasileiros 50+ participaram da tentativa de resposta à pergunta que a humanidade se faz desde que existe. Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) participaram das pesquisas que resultaram na observação de ondas gravitacionais, previstas por Albert Einsten na Teoria da Relatividade há cem anos. Sem precedentes, a descoberta abre uma nova janela para o cosmos e inaugura uma nova etapa para a ciência.
A descoberta é fruto da colaboração científica do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria Laser (Ligo, em inglês), projeto que reúne mais de mil cientistas de 16 países, entre eles, seis pesquisadores do Inpe. As ondas foram captadas em 14 de setembro de 2015 pelos detectores gêmeos do Ligo, localizados em Livingston, Louisiana, e Hanford, Washington, nos Estados Unidos.
Ondas gravitacionais carregam informação acerca das suas origens dramáticas e sobre a natureza da gravidade que não podem ser obtidas de outra forma. Físicos concluíram que as ondas gravitacionais detectadas foram produzidas durante uma fração de segundo final da fusão de dois buracos negros que geraram um único e mais massivo buraco negro em rotação. Esta colisão de dois buracos negros tinha sido prevista, mas nunca observada.
Na prática, o que os pesquisadores encontraram foram distorções no espaço-tempo causadas por dois buracos-negros que se chocaram há 1,3 bilhão de anos. A colisão lançou ondas em todas as direções até chegarem à Terra no dia 14 de setembro, quando foram captadas por instrumentos instalados nos Estados Unidos.
“Com esta descoberta, fica confirmada por detecção direta a existência de ondas gravitacionais, a existência de buracos negros e a coalescência deles em sistemas binários (formados por dois deles). Tudo isto, coincidentemente cerca de 100 anos depois da apresentação da Teoria da Relatividade Geral por Einstein e da sua previsão da existência dessas ondas gravitacionais”, explicou o pesquisador Odylio Aguiar, 62 anos, que coordena os estudos sobre ondas gravitacionais no Inpe.
Também participam do projeto Ligo os pesquisadores do Inpe Marcos André Okada, César Augusto Costa, Márcio Costâncio Jr., Elvis Camilo Ferreira e Allan Douglas dos Santos Silva.
Com a detecção de ondas gravitacionais os cientistas poderão expandir a compreensão do Universo. “Essa notícia é como estar olhando o mundo com novos olhos vendo essas pequenas vibrações do espaço-tempo provocadas pela colisão desses buracos negros que são fenômenos extraordinários, coisas inimagináveis um tempo atrás. Isso tem uma tecnologia absolutamente fantástica associada à possibilidade de detecção. Está muito associado a fenômenos que envolvem grandes movimentações de massa”, afirmou o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), Ronald Shellard.
O estudo das ondas gravitacionais permitirá aprofundar a exploração e o entendimento do universo. É mais um passo para responder a grande pergunta talvez de toda a Humanidade: de onde viemos?
https-//www.experimentarium.dk
http-//recantododragao.xpg.uol.com.br
https-//universidadedocotidiano.catracalivre.com.br
Club50mais