O outro lado do ator que conquistou o mundo ao atuar com Julia RobertsEle é um daqueles raros atores que se tornou mais famoso à medida que foi envelhecendo. Mais precisamente quando os cabelos ficaram brancos e sua militância política e humanitária se consolidou. O norte-americano Richard Tiffany Gere, ou simplesmente Richard Gere, nasceu na Filadélfia, em 31 de agosto de 1949. Ainda na adolescência, aprendeu a tocar trompete, piano, guitarra e banjo numa banda de rock. E, desportista, disputou vários campeonatos pela Universidade de Massachusetts, onde estudava Filosofia. Em 1973, Gere participou da produção londrina do musical “Grease” e, de volta a Nova York, participou de vários filmes. Mas só foi ser notado em “À Procura de Mr. Goodbar”, em 1977.
A fama mundial foi consolidada anos depois, com os filmes “Gigolô Americano”, “A Força do Destino”, “Uma linda Mulher” e “Chicago”. Sua luta humanitária continuou nas décadas de 1980 e 1990, quando viajou acompanhado de um médico para Honduras e El Salvador, que viviam em pleno conflito, para visitar campos de refugiados.
Rico, bonito e famoso, Richard Gere tinha tudo para curtir a vida como um típico ator de Hollywood. Ao invés disso, ele se tornou um ativista político, contribuindo, com a The Gere Foundation, com mais de 20 organizações humanitárias em todo mundo, entre elas a Fund Tibet, Anistia Internacional, Cruz Vermelha, Médicos sem Fronteiras e, pelo menos, nove instituições internacionais que ajudam portadores de HIV.
Pela Survival International – organização mundial que apoia os povos tribais, defende os índios da Amazônia, os Maasai da África Oriental e a Wichi Argentina. Luta pela libertação do Tibete, o que já lhe valeu 20 recusas de visto para visitar a China. Gere já esteve na Índia, Mongólia e Nepal, onde descobriu o budismo e tirou fotos para expor em Nova York e depois reuniu 100 delas em um livro, “Pilgrim”, que teve prefácio do Dalai Lama e poemas da roqueira Patti Smith. Vegetariano convicto, o ator faz meditação pelo menos três vezes por semana e só se tornou pai depois dos 50 anos. Seu único herdeiro, Homer James Jigme Gere, nasceu em fevereiro de 2000. O “Jigme” no seu nome significa “corajoso” em língua tibetana. A seguir, a Revista ECOLÓGICO selecionou alguns de seus pensamentos. Confira:
FILMES
“Quando decido filmar, tenho preferência por roteiros capazes de discutir a condição humana. Sinto-me responsável pela mensagem que o filme transmite.”
“Adoro filmes de aventuras. Fiz poucos filmes violentos e acho que farei ainda menos. Não me agradam roteiros com muita violência.”
“Quanto mais ganho, mais divido e faço doações. Procuro tornar minhas ações diárias significativas, mesmo as banais. Só assim a vida fica mais gratificante. Durante muito tempo, só tinha olhos para mim mesmo. A minha perspectiva de vida era tão estreita que eu nem considerava a hipótese de ter filhos.”
MEDITAÇÃO
“É uma maneira de aprender a ver as coisas com maior clareza, aprender de onde vêm teus ódios e tuas paixões.”
CHINA
“A China quer ser parte do Novo Mundo e já tem até um pé nele. Mas, ao mesmo tempo, mantém uma teimosa perna enterrada no Velho Mundo, no mundo da repressão, da poluição e da violência. Acho que é função não só minha, mas de todos os cidadãos, encorajarem este país a cortar seus laços com o mundo atrasado. E mostrar que estamos todos na mesma barca, somos mutuamente dependentes
Gere é homenageado pelo 14º Dalai Lama em 2007
POLÍTICA
“Não investimos o tempo suficiente em explicar a cada pessoa que o mundo não é tão perigoso como dizem os republicanos.”
“Éramos estudantes durante a Guerra do Vietnã e compreendíamos que podíamos mudar as coisas. Minha geração deteve a guerra. Isso faz parte do nosso DNA.”
ANIMAIS
“Como zeladores do planeta, é nossa responsabilidade lidar com todas as espécies com carinho, amor e compaixão.”
“As crueldades que os animais sofrem nas mãos dos homens estão além da nossa compreensão. Por favor, ajudem a parar com esta loucura.”
FUNDAÇÃO GERE
“Nossa esperança é dar acesso à informação sobre programas, modelos de trabalho e esforços de alívio humanitário a organizações em todo mundo apoiadas pela nossa fundação. A partilha de informações e ideias é essencial para o progresso das reformas. É esse o tipo de diálogo que levou a atenção para o mundo todo na epidemia HIV/AIDS, quando era mais desesperadamente necessário.”
“O objetivo de nossos programas é estabelecer um quadro de funcionamento de saudáveis valores ambientais, espirituais e materiais com base nas suas próprias culturas e sociedades. Nossa esperança é ver esses programas bem-sucedidos e utilizados em outras áreas do mundo
AJUDA HUMANITÁRIA
“Deixe o que toca o seu coração motivá-lo a envolver-se com projetos dignos. No meu caso, tornei-me envolvido por este mesmo caminho. Permiti a minha preocupação com os tibetanos e a sua cultura. Eu tenho sido capaz de ajudar de uma forma que nunca teria esperado. Siga o seu coração, se envolva e ajude de todas as maneiras que você possa. Esse é um reino de possibilidades excitantes.”
FONTE: Alexandre Salum
REUTERS/Patrick Doyle (CANADA – Tags: RELIGION ENTERTAINMENT)
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