Abaixo-assinado, feito por aposentado, viraliza na web, e já tem quase 90 mil adesões
Em pouco mais de uma semana, o aposentado Flávio Fonseca conseguiu a adesão de cerca de 90 mil consumidores ao seu abaixo-assinado, que viralizou na internet, contra a possibilidade de reajustes dos planos de saúde para quem já passou dos 60 anos de idade. Apesar de o número corresponder a cinco vezes a população de Mendes, cidade no interior do Estado do Rio, de cerca de 18 mil habitantes, onde vive Fonseca, é considerado ainda baixo por ele, que se preocupa que, aproveitando-se do momento complexo da política e da falta de mobilização popular, o Congresso promova um retrocesso de direitos para os usuários de planos de saúde.
— Pela importância do tema e o volume de usuários de planos de saúde, mais de 47 milhões de pessoas, tínhamos que ter 150 mil a 300 mil assinaturas, pelo menos, para poder fazer pressão para que não passe essa mudança na lei — diz Fonseca, de 68 anos, que se queixa da pouca transparência dos dados das operadoras. — Os idosos pagam e muito bem pelos seus planos de saúde. Em oito anos, desde que fiz 60 anos, minha mensalidade foi reajustada em 259%, sendo 40% na mudança de faixa. Eles repetem que, após os 60, as pessoas custam três vezes mais. Quero ver os dados. Há 15 anos, não passo por procedimento complexo, e no meu grupo de amigos, todos na faixa dos 70 anos, muitos ainda jogam pelada duas vezes por semana.
Atualmente, o reajuste por faixa etária é limitado aos 59 anos pelo Estatuto do Idoso. O projeto de lei apresentado na última semana, pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), propõe, no entanto, o escalonamento do reajuste dessa última faixa em cinco parcelas: a primeira aos 59 e as demais a cada cinco anos (64, 69…). Segundo dados das operadoras, o reajuste médio aplicado na última faixa etária fica em torno de 70%.
(de O Globo).
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